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A agriultura que Chega as nossas mesas

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A produção familiar é a atividade agropecuária predominante em Pernambuco ocupando três milhões de hectares

Desenvolvida no mundo todo, a agricultura familiar é o meio de produção agrícola caracterizado pelo cultivo em pequenas propriedades, com baixo uso de maquinário e sem a utilização de agrotóxicos. Em 2014 esse tipo de manejo foi considerado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), um aliado no combate à fome no mundo.

De acordo com essa mesma organização, a agricultura familiar é responsável pela produção de mais de 80% de toda a comida do planeta e mais de 90% das 570 milhões de propriedades agrícolas no mundo são administrados por uma família ou pequeno produtor.

Devido à importância da agricultura familiar a Assembleia Geral das Nações Unidas, adotou em 2017, o Decênio para a agricultura familiar 2019-2028. A década servirá para desenvolver políticas públicas e projetos para a agricultura familiar já que a ONU considera que esse meio de produção primário teria o poder de acabar com a fome no mundo gerando empregos, respeitando a biodiversidade e contendo as imigrações. Tudo isso de forma sustentável.

No Brasil 70% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros são provenientes da agricultura familiar. Existem pelo menos 4,4 milhões de agricultores familiares, cuidando de 38% de toda a produção agropecuária brasileira e 74% de sua mão de obra de acordo com o Censo Agropecuário 2006.

O Secretário Especial de Agricultura familiar, Jefferson Coriteac destaca a relevância dessa prática agrícola: “A agricultura familiar tem grande importância no abastecimento de alimentos para o consumo interno brasileiro. Dados da produção agropecuária demonstram que enquanto os grandes produtores buscam a produção de commodities visando a exportação, os agricultores familiares são responsáveis pela produção de 70% dos alimentos que chegam às casas das famílias brasileiras.”

Os pequenos produtores brasileiros contam com o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), que os ajuda no financiamento de projetos individuais ou coletivos que gerem renda para eles garantindo assim alimento na mesa mais barato e mais saudável para todos os brasileiros .

“A agricultura familiar possui, portanto, importância econômica vinculada ao abastecimento do mercado interno e ao controle da inflação dos alimentos consumidos pelos brasileiros”, declarou Jefferson.

A Lei 11.326, de 24 de julho de 2006, conhecida por Lei da Agricultura Familiar, determina agricultor familiar e empreendedor familiar rural aquele que não detenha a qualquer título, área maior do que quatro módulos fiscais (varia de 5 a 110 hectares) e utilize predominantemente mão de obra da própria família.

Os números comprovam a importância da região Nordeste na atividade familiar. São mais da metade dos 4,4 milhões de empreendimentos familiares ocupados no Brasil segundo o Censo Agro 2006.

Dados da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário , informam que na safra ( 2015/ 2016), o Nordeste chegou a mais de um milhão de agricultores familiares. A região composta por nove estados produz metade da comida que chega a mesa dos brasileiros.

Em Pernambuco a agricultura familiar representa 70% do PIB Rural. Com mais de 275 mil estabelecimentos ocupando três milhões de hectares, este é o tipo de produção agropecuária predominante no estado. São aproximadamente 280 mil agricultores familiares em Pernambuco, o que corresponde a 94% dos estabelecimentos rurais, responsáveis por 52% do valor da produção agropecuária de Pernambuco de acordo com a Secretaria Especial de Agricultura Familiar de Pernambuco (SEAF).

”Isso aquece a economia local desde a venda da comunidade até o PIB do estado, há um impacto em toda cadeia produtiva e de consumo. A agricultura familiar gera não somente alimento, mas a manutenção da vida social e produtiva do campo, a preservação do meio ambiente”, declarou o Secretário Executivo de Agricultura Familiar de Pernambuco, José Cláudio da Silva.

A agricultura familiar no Brasil apresenta não apenas dificuldades na produção, mas também na comercialização. Para facilitar a comercialização desses produtos oriundos do núcleo familiar existe o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). De acordo com a Lei n° 8473/2015, as instituições públicas como o Exército, Marinha, Aeronáutica e Ministério da Educação devem comprar cerca de 30% de alimentos provenientes de Agricultura Familiar. Em Pernambuco estas instituições apresentam um potencial de compras de R$ 133 milhões.

Uma alternativa na comercialização desses produtos, no estado de Pernambuco são as feiras de agricultura familiar que de acordo com a Secretaria Executiva de Agricultura Familiar (SEAF), são mais de 40 no Recife. Dentre elas as mais antigas são a da Rua Amélia, Graças e Praça de Casa Forte.

“Quando a comercialização é feita diretamente pelas famílias produtoras, geralmente nas feiras da agricultura familiar ou feiras agroecológicas, isso é muito mais importante, pois o retorno financeiro é maior para as famílias que estabelece vinculo direto com os consumidores que conseguem ter uma renda maior sem a interlocução dos atravessadores, isso é extremamente importante e ajuda a manter o homem e a mulher no campo com melhores condições de vida.” Reforçou o Secretário .

Entenda Mais:

Agricultura Familiar

A agricultura familiar é a prática agrícola realizada em grupos familiares com baixo uso de agrotóxicos ou nenhum. Ela é a junção de modelos como a agroecologia e a agricultura orgânica que acabam acrescentando na sua produção respeitando a qualidade do meio ambiente e a saúde financeira do trabalhador.

Agroecologia

É uma ciência que integra o plantio diversificado sem uso de nenhum tipo de veneno. É um movimento social político cujo cultivo preza pela sustentabilidade.

A Agroecologia agrega conhecimentos de outras ciências e visa produção agropecuária com foco em práticas que não agridam o meio ambiente.